terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

CAPÍTULO DEZ 10º – CINEMA À QUATRO

LIVRO UM - INÍCIO

- Não aconteceu nada demais. – disse Pedro. – Não me senti bem, dormi na rua, pra pensar um pouco. – Pedro sentia-se mal por mentir para os amigos, mas estava com vergonha de contar sua real noite passada.
- Como assim, dormiu na rua. – espantou-se Malu. – E como você me ligou?
- E-e-e-u – gaguejou Pedro. – Liguei de um orelhão.
- Eu tenho identificador de chamadas, e não era de orelhão. – pensou. – Era de telefone fixo.
- Não minta, Pedro... – disse Ícaro.
- EU NÃO ESTOU MENTINDO. – falou alto. – Vocês é que estão... Sei lá.
- Está bem. – falou Malu. – Quando quiser contar a verdade, ouviremos.
Pedro sentiu-se muito mal por dentro, fazia de tudo para não demonstrar insegurança para os amigos, mas era claro que eles sabiam que estava mentindo. Não queria contar agora, estava sem graça, era muito recente; mas em breve teria que falar.
A porta de seu quarto escancarou-se, era sua mãe, ainda com expressões de raiva do filho.
- Pedro, tem um menino te chamando. – começou. – Tal de Henrique; Está na sala.
O garoto ficou perplexo com a notícia dada por sua mãe, ficou bastante sem graça. Malu e Ícaro ficaram ainda mais curiosos, queriam saber o porquê Henrique estava fazendo essa visita inesperada.
- O manda subir. – disse com a voz falhando.
Em questão de segundos, o garoto já estava na porta do quarto dele, dava pra sentir o perfume de longe, aparentemente bem arrumado.
- Oi. – disse Henrique sorrindo. – Ah, desculpa vir sem avisar, mas não tinha seu telefone. – E foi entrando, logo se deparou com Malu sentada numa cadeira giratória, Ícaro deitado na cama e Pedro em pé. – Ã, vejo que seus amigos estão aí.
- Sim. – disse Pedro, sem muita reação. – Entre!
O garoto entrou um pouco sem jeito, e Ícaro rapidamente sentou-se na cama, dando espaço para a visita. Todos estavam um pouco sem graça com essa situação.
- Queria te chamar para ir ao cinema comigo. – disse Henrique. – Ta passando Anjos e Demônios. – mas antes que o convidado pudesse responder.
- AAAAH. – se intrometeu Malu. – Estou doida pra ver esse filme. – Henrique olhou para a menina com um olhar de desprezo.
- Parece ser legal. – refletiu. – Podemos ir.
Maria Luiza e Ícaro se animaram, achando que também estavam sendo convidados, mas logo perceberam que apenas Pedro fora convidado.
- Então... – começou. – Seus amigos irão ficar aqui? – disse para ficar mais claro.
- Como assim. – não entendeu. – Eles também vão. – pensou. – Algum problema?
- Não, nenhum. – disse rapidamente para não desapontá-lo. – Vamos todos! – tentou demonstrar animação, mas estava odiando a idéia.
Um carro esperava lá em baixo, parecia um motorista particular de Henrique. Teriam que ir numa cidade vizinha, pois não tem cinema em Urubici.
Achavam que iriam de ônibus ou algo do gênero, mas assim que desceram se depararam com o luxuoso carro e um homem engravatado a sua frente.
- UAU. – Admirou Malu. – Iremos com ele? – e apontou para o motorista.
- Claro. – disse espontaneamente. – Não achou que iríamos de ônibus, achou?
- Sei lá. – pensou Pedro. – Talvez minha mãe possa nos levar.
- Não! Entrem logo. – disse Henrique.
Os assentos do carro eram extremamente confortáveis, mas não foi possível usufruir totalmente, pois o trajeto foi bem rápido e logo chegaram ao cinema.
Entraram, compraram os ingressos, pipoca e refrigerante; Henrique pagou completamente tudo, não deixou ninguém se quer abrir a carteira.
Já estava exibindo o trailer de algum filme desconhecido, a sala já estava um pouco lotada, procuraram assentos bem no fundo; Pedro sentou primeiro, logo em seguida Henrique se apressou e sentou ao seu lado.
O filme já tinha iniciado, o silêncio era absoluto; Malu e Ícaro não paravam de comer pipoca e fazer comentários aleatórios sobre as cenas; aquilo irritava demais Henrique, além de ter que levá-los, ainda tinha que ouvir as besteiras que diziam.
Pedro estava completamente concentrado no filme, talvez nem estivesse ouvindo o que seus amigos estavam dizendo. O garoto foi pegar o refrigerante e coincidentemente foi ao mesmo tempo que Henrique.
- Opa. – disse o garoto. – Pode pegar. – sorriu, Pedro corou.
Henrique foi chegando mais perto de Pedro, praticamente esqueceu que os amigos dele estavam ao lado. Mas também, imaginava que já sabiam da noite passada. Pegou em sua mão, a acariciou; estava bastante escuro, achava que ninguém perceberia.
O garoto sentiu certa vontade em corresponder, no entanto seus amigos estavam ali, não poderiam ver, não queria que soubessem, pelo menos por enquanto. Mas antes que pudesse pensar demais sobre a situação e conseqüências, Henrique tomou atitude; se virou para ele, passou sua macia mão em seu rosto, bem devagar e o beijou.
Talvez esse beijo fosse um dos mais demorados, o mais despreocupado, o mais espontâneo, o mais autêntico. Mas antes que pudessem aproveitar intensamente este momento a dois, alguém percebeu o que estava acontecendo entre eles.
- Meu deus! O Pedro está beijando o Henrique. – disse Malu, perplexa. – Quer dizer então...
E os dois se viraram totalmente para visualizar melhor os dois, mas sem fazer muito barulho.
- Que ele é gay. – completou baixinho.
- Ser gay é o de menos. – se irritou. – O que importa é que ele não nos contou.
- Muita falta de consideração. – disse Ícaro, possesso.
Os dois tentaram dialogar sobre o que acontecia o mais baixo possível, mas logo os dois perceberam e Pedro se virou para eles assustado, extremamente sem graça.
- Só esperava que nos contasse. – lamentou Malu. – Pensei que tivéssemos alguma importância pra você.

Um comentário:

  1. Elaia hein senhor Pedro, mentir é mesmo muito feio e tem perna curta u.u

    henriquesafadênho(6

    pow, brigada por avisar, eu já tinha até entrado em choque por não achar o blog mais
    hasuhsauhsauhsuas

    beeijos

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