terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

CAPÍTULO SEIS 6º – CONVITE DESNECESSÁRIO

LIVRO UM - INÍCIO

- Quem será?! – irritou-se e indo até a porta abri-la. – Ah, são seus amigos, Pedro! – disse com um enorme desânimo.
Malu e Ícaro entraram meio sem graças pela cara de descaso que Henrique fizera para os dois.
- Pensei que viriam ao final da tarde. – disse Pedro.
- É nós viríamos. – falou Ícaro. – Mas resolvemos vir antes. – contou. – E Malu precisa de ajuda nos cinqüenta exercícios.
- Sou péssimo na matéria do Giuliano. – disse Pedro.
- Eu sou mediano, digamos assim, aceitável. – falou Henrique.
- Bom, então pode nos ajudar. – sorriu Malu. – Pode?
- Mas é claro. – concordou Henrique, que no fundo estava odiando tudo isso.
Henrique ajudara Maria Luiza em todos os exercícios, e pro alivio da garota, conseguiram fazer exatamente os cinqüenta exercícios. Foram sair da casa dele já era 22h00 da noite; Henrique não agüentava mais ouvir a voz dos amigos de Pedro, a única voz que não o irritava no momento era a de Pedro.
No dia seguinte, para o espanto do professor de física, Malu entregara em sua mesa todos os exercícios pedidos e piscou o olho para Henrique, no fundo da classe.
- Amanhã começa a festa da imigração alemã? – perguntou Ícaro.
- Sim. – respondeu Malu. – Sempre começa num sábado, nunca vi começar no meio da semana.
- Nunca fui. – pensou Pedro. – Só fui à de cem anos de imigração japonesa, em São Paulo.
- Parece ser legal. – falou Malu. – Bem, aqui começa amanhã.
O professor Giuliano começara a explicar matéria nova, então os três resolveram parar de conversar e prestar a atenção na aula. Mas ainda sim, a matéria dele era extremamente chata e difícil; nenhum deles tinha algum interesse em aprender aquelas fórmulas e cálculos.
- Não irá falar com a Ágata? – perguntou Ícaro. – Ela veio hoje, olha ela ali. – e fez um sinal com a cabeça mostrando a garota no canto da classe.
- Calma. – disse Malu. – No intervalo irei surpreendê-la e convencê-la a sair com Pedro.
- Ah, não sei. – pensou Pedro. – Não pode ser uma boa idéia.
- Como assim. – espantou-se Ícaro. – Você tinha concordado plenamente.
- Sim. – concordou. – Mas sei lá, tenho pensado... Não sei não.
- Você não tem que saber nada. – disse Maria Luiza. – No intervalo, falarei com ela.
Chegara o intervalo e Pedro ficou com Ícaro perto da quadra de esportes da escola, que era um pouco isolada do pátio principal. Presumia que neste momento Malu já estivesse falando com Ágata. Passaram-se alguns minutos e eles viram Malu vindo do pátio principal, ela estava bem longe, mas seu prendedor de cabelo Pink fez com que os garotos a identificara rapidamente.
- E AÍ? – perguntou Pedro, apreensivo.
- Fiz o convite a ela. – disse Malu, tranquilamente. – A convidei para sair com você.
- Ela não aceitou? – perguntou Ícaro, perplexo.
- Convite absolutamente... – começou Pedro. – Desnecessário.
- Ela aceitou. – disse Malu, sem rodeios. – Amanhã, às 21h00 na festa da imigração alemã.
- Como assim. – assustou-se Pedro. – Já marcou pra amanhã.
- Vai pegar. – disse Ícaro brincando.
- Iremos com você, oras. – falou Maria Luiza. – Mas quando você for lá com ela, sairemos.
- Obvio. – disse Pedro. – Não estou gostando muito disso, mas fazer o quê.
Pedro não gostara muito da idéia, mas agora já estava feito, não tinha mais como voltar atrás. Terá que sair com a garota que o paquerou desde que entrou na escola.
Não sabia o que iria dizer para ela amanhã, não teria assunto algum com ela. Ela é extremamente patricinha, e andara com mais duas meninas que eram pior que ela. Estava com medo de ela ser dessas, bem “frescurentas”
Fora embora pensando nisso, não parava de pensar nisso. Será que iria superar as expectativas da patricinha? Ah, era muita informação para ser processada na cabeça do garoto.
Não sabia se comentava com sua mãe sobre o encontro, sentia-se com vergonha. Achava mais apropriado comentar com Olivas.
- Olivas. – chamou Pedro, de seu quarto. – Podia ver uma coisa aqui no meu computador?
Em alguns instantes, apareceu o padrasto, aparentemente suado; estava ajudando Helena a pendurar um enorme quadro na sala.
- Oi? – perguntou.
- Então. – e pediu que fechasse a porta. – Amanhã, eu tenho um encontro...
- Com uma garota? – admirou Olivas.
- Sim, sim. – respondeu Pedro. – Ela é maior patricinha. Sei lá, estou com medo de algo sair errado.
- Fico feliz que está compartilhando isso comigo. – começou Olivas. – Olha, fica sossegado, filho. Irá dar tudo certo!
- É praticamente... – disse Pedro. – Meu primeiro encontro.
- Sei exatamente como sente-se. – entendeu o padrasto. – Também fiquei assim no primeiro encontro.
- E como foi? – perguntou atencioso.
- No começo eu tava com vergonha. – contou. – Mas depois fui me soltando, e foi tudo ótimo. Tenho certeza de que o seu será perfeito!
- Ah, tomara. – pensou o garoto, extremamente inseguro.
- Não fica pensando nisso agora, filho. – disse Olivas. – Deixa pra pensar isso na hora.
- Ok. – concordou. – E ah, não comenta com a minha mãe, por favor. – disse olhando para o padrasto. – Pelo menos por enquanto.
- Claro. – falou Olivas. – Existem coisas que as mães não precisam estar cientes.
- Exato! – admirou Pedro, de como o padrasto era compreensível.
- Agora vá dormir. – disse. – Precisa descansar para amanhã.
- Já irei dormir, sim.
O garoto fora deitar pensativo, não parava de pensar em como seria amanhã, como seria o beijo, como rolaria tudo entre os dois. Estava com medo e com expectativas; pois já estava na hora de ser um cara de marcar encontros, então, achou um pouco certo. Percebeu que toda essa insegurança era normal, porque não queria fazer feio com a garota, então toda essa preocupação era válida.

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